quinta-feira, 31 de maio de 2007

Vida: um desafio.


Acordar, viver


Como acordar sem sofrimento?

Recomeçar sem horror? O sono transportou-me

àquele reino onde não existe vida

e eu quedo inerte sem paixão.

Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,

a fábula inconclusa,suportar a semelhança das coisas ásperas

de amanhã com as coisas ásperas de hoje?

Como proteger-me das feridas

que rasga em mim o acontecimento,

qualquer acontecimento

que lembra a Terra e sua púrpura demente?

E mais aquela ferida que me inflijo

a cada hora, algoz

do inocente que não sou?


Ninguém responde, a vida é pétrea."
Noto que os ditos de Drummond são tão semelhantes aos meus, e por que não nossos sentimentos em dados momentos, que é como se eu ,você ou qualquer um pudesse ter escrito isso algum dia em alguma agenda perdida entre nossos pertences,mas que bom que veio a público através dele,talvez nós não tivéssemos ousadia para divulgar nossas horas de ostracismo e reflexão.Os momentos em que diríamos como ele:"Eta Vida besta".
Gosto de ver-me refletida em muitos de seus poemas.
Você se encontra neles também?

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Alteridade


A palavra alteridade, que possui o prefixo alter do latim possui o significado de se colocar no lugar do outro na relação interpessoal, com consideração, valorização, identificação e dialogar com o outro. A pratica alteridade se conecta aos relacionamentos tanto entre indivíduos como entre grupos culturais religiosos, científicos, étnicos, etc. Na relação alteritária, está sempre presente os fenômenos holísticos da complementaridade e da interdependência, no modo de pensar, de sentir e de agir, onde o nicho ecológico, as experiências particulares são preservadas e consideradas, sem que haja a preocupação com a sobreposição, assimilação ou destruição destas. “Ou aprendemos a viver como irmãos, ou vamos morrer juntos como idiotas”(Martin Luther King).


É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem. Frei Betto.

sábado, 19 de maio de 2007



Mãe, nunca vi um anjo negro. Não há anjos negros, mãe?Todos os anjos são brancos. Não há anjos como eu?Olha, todas as asas são brancas. Como os anjos que estão no céu.Mãe, eu nunca vou ter asas? Não há anjos como eu?Mãe, não há meninos negros entre os anjos.Onde estão os meninos negros anjos, mãe? Mãe onde fica o nosso céu?Queria ser um anjo, mãe. Não posso … Não há anjos como eu.



Por um currículo que reflita as identidades culturais



A partir dos estudos propostos a respeito do currículo escolar e das teorias críticas e pós-críticas, vários conceitos puderam ser formatados no ideário pessoal, de modo a desconstruir alguns paradigmas construídos ao longo de nossa caminhada enquanto sujeitos do processo educacional.
Assim, o currículo foi entendido como um processo, um artefato que deve ser elaborado e reelaborado à medida em que a sociedade e todos os agentes escolares discutem sobre ele. O professor vê-se diante de situações em que de um jeito ou de outro decide de modo a adequar o currículo formal à realidade de sua sala de aula, fato que, por ser de improviso acaba por esgotar as possibilidades de um aprendizado mais eficiente.
O currículo sob as perspectivas críticas, deve ser produzido nas bases da cultura, no qual as pessoas que o utilizarão deverão imprimir naturalmente suas identidades e subjetividades, rejeitando toda forma de uniformização e homogeneidade promovidas pelas instâncias de poder. O currículo sem esta visão crítica, deixa de ser um espaço de legitimação das subjetividades dos símbolos culturais e passa a ser um instrumento de imposição de valores alheios, carregados muitas vezes de preconceitos de toda ordem, lingüística, racial, social, de gênero, sexualidade, enfim, um produto de manutenção da exclusão.
O multiculturalismo emerge como um meio de trazer todas as possíveis contribuições destas minorias ao currículo escolar. Ele vem com o intuito de promover a discussão e reflexão em diversos campos da sociedade, em especial a escola enquanto um dos canais de difusão de cultura e ambiente rico em diversidades. O multiculturalismo é a apologia à diversidade.
Em Língua Portuguesa, o multiculturalismo tem espaço garantido. Teremos a tarefa de valorizar a grande variedade lingüística, mostrando aos alunos que a Língua Portuguesa não é homogênea e que não há hierarquia na língua e deste modo estaremos combatendo também o preconceito lingüístico.
Atividades multiculturalistas instrumentalizarão os alunos para a vida, pois essas variações estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano. Evanildo Bechara diz que o falante deve ser poliglota em sua própria língua.
Portanto, o professor trará essas discussões para a sala de aula afim de construir junto com seus alunos entre outras, a idéia de que as diferenças devem ser respeitadas e que não há culturas melhores ou piores.